quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Conversa de boteco

Hq de cinco páginas que tinha prometido. Infelizmente tive que refazer o texto porque a minha letra de forma manual (não vou chamar de fonte, seria um crime) não deu leitura depois de digitalizada. Se faltar algum acento, lamento, eles foram aplicados um a um. Nunca mais uso fontes free sem.






segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Tetsuo!!!!


Fazia tempo que estava tentando, sem resultado, fazer um desenho (fanart, argh) do Tetsuo. Achei que ficou agradável. Vamos ver se rola uma colorização dele em algum momento.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

No meio do caminho tinha uma página

No meio desse caminho tinha um poço

As vezes as coisas nãos transcorrem como prevermos.

Não que isso justifique atrasos ou desleixos. Mas mesmo assim, semana passada eu fiquei emperrado em uma página-exercício para meu curso. Ela simplesmente tinha quadros demais, coisas demais acontecendo. E pelo que entendi TINHA que ser em uma página.

Protagonista (Jonah Hex) chega a uma cidade cheia de mortos e com sede se dirige ao poço, vê moça (a Morte dos Perpétuos); bebe do poço; estende a mão para ela; ela não dá a mão; ele vai embora. Surge um outro homem muito ferido; ela lhe dá a mão; ela parte, levando seu espectro pela mão.

E coisa pra caramba. E ainda por cima tinha um cavalo. Digo. Não tinha. Mas quem vai desenhar um personagem de faroeste chegando em uma cidade fantasma a pé? Cavalo. Eu detesto desenhar cavalos. Um dia desses preciso fazer uma terapia de choque ou algo assim. Todo mundo precisa saber desenhar cavalos.

Divagando menos, voltamos a página.


Na primeira versão, que como vocês podem ver está inacabada, eu tentei compactar algumas coisas e estender outras. Porque ele estende a mão para ela? Porque ele vai embora (foge) logo em seguida? Algum tipo de tensão tinha que existir.

Então decidi por retrata-la como uma viúva sentada na varanda de uma cidade fantasma. Esquisito o suficiente, imaginei. Ele estende a mão e ela não reage. Ele tem a sensação de que alguma coisa está mal. O cara é Jonha Hex, já encontrou com bastante sobrenatural por suas andanças. Depois como tinha pouco espaço, toma correr com a cena do moribundo que a Morte leva.

Tudo lindo, até que surgiram os problemas.

A transição da sua partida e da chegada do segundo homem ficou corrida. Eu precisava economizar quadros. Tinha coisa demais. Ainda mais com essa resolução de estender a "estendida de mão dele". Eu queria quadros grandes para a cena final, mas simplesmente não coube. Eu precisava de um quadro entre a partida de um e chegada de outra para fazer a passagem de tempo. Claro que descobrir isso no meio da arte final não ajudou muito.


Apesar de tudo gostei bastante de passagem dele estendendo a mão para ela e ficando preocupado antes de ir embora. Pena que não pude utilizar na versão final.

Muita dor e pouco tempo depois recomecei a página. Voltei para os estudos. A pressa me matou. Na urgência de começar as páginas da hq que tinha prometido no post anterior eu atropelei o meu "dever de casa". Toda página se define nos tumbnails. É melhor perder mais tempo lá e perder na arte do que derrubar a narrativa. Ao menos eu vejo assim. Em quadrinhos, no fim, somos escravos da narrativa.

Definido o novo lay-out cheguei a algumas conclusões interessantes. Se os quadros tinham que ser pequenos, eles tinham que ser simples. E nessas horas a repetição ia ajudar muito, pois o leitor não ia se demorar na leitura de cada um e a "miudeza" deles não ia incomodar tanto por não haverem muitos novos elementos a serem apreendidos.

Depois, como disse, a narrativa manda. Ao construir a primeira cidade e a primeira morte, pensei em retratar belamente uma cidade clássica de faroeste, mas nessas horas os detalhes estavam mais me atrapalhando do que ajudando. Como não sou um perito no período, a pesquisa visual me consumiu muito tempo e ainda assim deixou a desejar, pois tão preocupado na representação esqueci do clima. Cidade fantasma.

Assim optei por uma locação mais detonada e rustica, mais povoado e menso cidade. Por economia coloquei a morte no poço. E ela deixou de ser uma viúva para ser uma menina. Ainda mais esquisito que a primeira ideia  Nosso caro homem da cara queimada teria mais razões para ficar ressabiado com a cena. Simplifiquei algumas tomadas usei enquadramentos de perfil sem cenário ou escorços. Não importa se ficou menos maneiro se o maneiro atrapalha a leitura, e nesses mini-quadros que eu ia usar, tinha que ser econômico em quase tudo. Aumentei ainda mais o quadro inicial, tanto em tamanho quanto no destaque das figuras. Ele dá o tom. Apresenta as personagens. Se vou economizar no resto é bom dar algumas coisa para o leitor na entrada. 


E ai está a nossa página. Não, não ficou perfeita, mas deu para tirar muita coisa dela. E valeu a pena a refação. Como narrativa está bem melhor que a primeira versão. Assim, enquanto a morte leva o nosso pobre coitado, voltarei aos meus personagens e seu existencialismo de botequim. Grato por quem leu isso até o fim e até mais.